Veja o que aconteceu com os chefões do tráfico do Estado do Rio

 Prisão de Rogério 157 foi a mais recente envolvendo liderança do crime organizado

Rogério 157, um um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro, foi preso na comunidade do Arará, na Zona Norte do Rio - Fabiano Rocha / Agência O Globo 

RIO - A prisão nesta quarta-feira de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157 , que ocupava o posto de chefe do tráfico na Rocinha, na Zona Sul do Rio, e foi pivô de uma guerra que colocou a comunidade no fogo cruzado entre facções rivais - uma delas ligada ao antigo líder do crime organizado na comunidade, o Nem da Rocinha -, é o mais recente episódio em que a polícia consegue localizar e colocar atrás das grades um nome de grande expressão do tráfico de drogas do Rio. No entanto, muitos outros chefões já ocuparam o posto e, de certa fora, o “status” de criminoso mais procurado do Rio. Conheça a história e o o destino de alguns deles:
  • Fernandinho Beira-Mar
  • Marcinho VP
  • Celsinho da Vila Vintém
  • Elias Maluco
  • Nem da Rocinha 

Rogério 157 ouça o texto:

 

Fernandinho Beira-Mar

Fernandinho Beira-Mar é um dos 81 presos nascidos no Rio que estão em penitenciárias da União - Fernando Quevedo / Agência O Globo 13/05/2015

 

Luiz Fernando da Costa, mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar, é considerado um dos maiores traficantes de armas e drogas da América Latina. Apontado como um dos maiores chefes da história da facção Comando Vermelho e natural da favela Beira-Mar, no município de Duque de Caxias, na Baixada, ele começou a vender drogas antes dos 20 anos de idade, e hoje é um dos principais criminosos do estado.

A ascensão de Beira-Mar ocorreu entre o início e meados dos anos 1990, quando abriu canais próprios de distribuição de drogas e conquistou morros como Borel, Rocinha, Chapéu Mangueira e Vidigal. Preso em 1996, não ficou nem um ano no presídio de Belo Horizonte. Agentes penitenciários foram acusados de ter facilitado a fuga dele.

Beira-Mar montou um gigantesco esquema de lavagem de dinheiro no maior banco federal estatal do país e teria morado no Paraguai, Uruguai, Bolívia e Colômbia, onde se aliou às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Foi recapturado pelo exército colombiano, em atuação conjunta com agentes norte-americanos e repatriado para o Brasil em abril de 2001. Na época, era apontado como responsável por 70% das remessas da cocaína distribuída no país.

Em 2002, preso em Bangu I, ele organizou rebelião com a finalidade de matar Ernaldo Pinto Medeiros, o Uê, e outras lideranças de uma facção criminosa rival. Passou pelos presídios de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO), e atualmente está na unidade prisional de Mossoró (RN). Em outubro, o ministro do STF Alexandre de Moraes negou a volta de Fernandinho Beira-Mar e de outros chefes do tráfico para presídios do Rio .


Fernandinho Beira-Mar ouça o texto:


Marcinho VP

O traficante Marcinho VP é um dos presos federais que podem voltar ao Rio - Agência O Globo


Nascido em Vigário Geral e criado em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, é outro chefe histórico do Comando Vermelho e apontado como chefe do tráfico no Complexo do Alemão, mesmo estando atrás das grades desde 1996. Condenado a 44 anos de prisão - 10 por tráfico e outros 34 por mandar matar duas pessoas, crimes que ele nega, o traficante foi transferido para o sistema prisional federal em 2007, onde permanece desde então. É apontado pela polícia como um dos mandantes da pela morte de Márcio Amaro de Oliveira, chefe do tráfico no Morro Dona Marta, em Botafogo, na Zona Sul, e que também adotava o apelido de Marcinho VP. Márcio Amaro foi morto por estrangulamento no presídio de Bangu III, em 2008. A suspeita é que Márcio Nepomuceno não estaria gostando das entrevistas que o antigo comparsa dava relatando detalhes do funcionamento do tráfico no Rio

Nste ano, Marcinho VP revelou em livro que ajudou o ex-governador Sérgio Cabral na campanha de 1996 - quando o então deputado presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) disputou o cargo de prefeito e perdeu. No texto, um manuscrito a que o EXTRA teve acesso com exclusividade , o traficante conta que a equipe de Cabral pediu o apoio dele no Complexo do Alemão e que o ex-governador esteve com ele durante uma hora num camarote na favela durante um show do Molejo. A defesa do governador nega o encontro.

O traficante, no entanto, considera que sua transferência para o sistema penal federal, em 2007, foi uma decisão de Cabral. Ele está há 10 anos nos presídios de segurança máxima. Marcinho chama o ex-governador de “ladrão” e “traidor”. Atualmente, como Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP está na penitenciária federal de Mossoró (RN).


Marcinho VP ouça o texto:


Celsinho da Vila Vintém 

O traficante Celsinho da Vila Vintém, durante depoimento em julgamento de Fernandinho Beira-Mar - Thiago Freitas / Agência O Globo

Veterano do mundo do crime e um dos fundadores da facção Amigos dos Amigos (ADA), Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém é apontado como uma dos maiores chefes do tráfico na Zona Oeste do Rio. Começou sua vida de delitos promovendo assaltos a caminhões de carga na Avenida Brasil. Em meados dos anos 1990, Celsinho assumiu o controle do tráfico na favela da Vila Vintém, em Padre Miguel, e se tornou um dos nomes mais importantes do Comando Vermelho, quando ainda era conhecido como Celsinho Russo.

Anos mais tarde, criou a facção Amigos dos Amigos. Em 2002, ele implorou por sua própria vida numa rebelião dentro de Bangu 1, quando outro líder de facção, Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, foi assassinado. Na ocasião, prometeu que trocaria de facção para não ser morto pelo bando de Fernandinho, Beira-Mar.

Condenado a mais de 30 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas, homicídio, corrupção, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, Celsinho está encarcerado há mais de 15 anos. Desde 2014, o traficante cumpria pena em presídios federais, mais recentemente na Penitenciária de Porto Velho, em Rondônia, mesmo local onde está Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha.

Atualmente, ele cumpre pena no Complexo de Gericinó, após conseguir na Justiça, em maio deste ano, a transferência do presídio federal de Rondônia para o Rio . De acordo com a investigação da 11ª DP (Rocinha), Celsinho é, ao lado de Nem, um dos mandantes da invasão à Rocinha em setembro deste ano, com o objetivo de retirar de Rogério 157 o controle do tráfico na região. 


Celsinho da Vila Vintém ouça o texto:


Elias Maluco

Julgamento de Elias Maluco pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, no fórum do Rio - Sérgio Borges

Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, é mais uma dos chefes emblemáticos do Comando Vermelho e já controlou o tráfico de drogas em mais de 30 favelas nos complexos do Alemão e da Penha. Mas, ele ficou conhecido, principalmente após o assassinato do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, em 2002. Sua ascensão no mundo do crime, porém, é muito anterior e foi rápida. Em 1995, o criminoso era gerente do tráfico em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio. Com a morte de Flavio Negão, Elias Maluco assumiu o controle do comércio de entorpecentes na região e logo se tornou o homem de confiança de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP do Complexo do Alemão.

Com a prisão de Marcinho VP, em 1996, ele passou a gerenciar a venda de drogas no conjunto de favelas, além de assumir quadrilhas em outras favelas, como as do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, e nos morros do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo, na Zona Sul. Neste período, passou a participar também do tráfico de armas. Já esteve preso sob acusação de sequestro, mas foi solto porque, depois de quatro anos, não havia sentença no processo. Ele foi preso em 1996 pela Divisão Antissequestro (DAS). Em julho de 2000, conseguiu o habeas corpus que garantiu sua liberdade.

Em junho de 2002, Elias Maluco comandou o sequestro, tortura e morte do jornalista Tim Lopes, que fazia, com uma câmera escondida uma reportagem sobre um baile funk realizado na comunidade, onde haveria venda de drogas e exploração sexual de adolescentes. Após uma força-tarefa das polícias Militar e Civil, com um cerco ao Complexo do Alemão, que durou cerca de 50 horas, o criminoso foi capturado. Em maio de 2005, ele foi condenado a 28 anos de prisão pelo crime, no dia 22 de Setembro de 2020 ele foi encontrado morto em sua cela no presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

 


Elias Maluco ouça o texto:


Nem da Rocinha 

Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ao ser preso, em Novembro do ano passado - Reuters

Ligado à facção Amigos dos Amigos (ADA), Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, voltou aos holofotes devido à acusação de ordenar, de dentro da prisão, a invasão à Favela da Rocinha em Setembro deste ano , com o objetivo de retomar o controle do tráfico após a “traição” de Rogério Avelino dos Santos, o Rogério 157. Antigo segurança pessoal de Nem, Rogério se recusou a entregar o controle da favela , o que deu origem a uma onda de violência na comunidade.

A ascensão de Nem no comando do tráfico da Rocinha ocorreu em outubro de 2005, após a morte de Erismar Rodrigues Moreira, o "Bem-Te-Vi", durante uma operação da Polícia Civil. A partir dali, Nem e João Rafael da Silva, o Joca, braços direitos de Bem-Te-Vi, passaram a controlar a venda de drogas na comunidade. Após a prisão de Joca, Nem assumiu sozinho o comando da Rocinha.

Em janeiro de 2010, Nem chegou a forjar a própria morte, farsa logo descoberta pela polícia . O golpe foi descoberto pela Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA). O médico que atestou o óbito do criminoso, Dalton Jorge, acabou preso por falsidade ideológica e associação ao tráfico. Menos de dois anos depois, em novembro de 2011, Nem foi preso escondido no porta-malas do carro de um de seus advogados, na Lagoa, por onde tentava fugir.

Mesmo com a prisão, Nem continuou, nos anos seguintes, sendo o grande líder do comércio de drogas da Rocinha. Em setembro deste ano, com a traição de Rogério 157 e tentativa de retomada do controle do tráfico, ele voltou ao noticiário. Atualmente, está detido na penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia, de onde ainda dita ordens àqueles que ainda lhe são fiéis. Sua mulher, Danúbia, que teve que fugir da Rocinha após o começo da guerra na comunidade, foi presa pela Polícia Civil em outubro deste ano . 


Nem da Rocinha ouça o texto:

Nomes que não podem ser registrados no Brasil

 

Foto: Google Imagens

Antecipadamente, você sabia que existem alguns nomes que são proibidos no Brasil? Isto é, considerando a hipótese de registrar um ser humano com os nomes em questão. Ademais, isso acontece porque nomear um indivíduo com alguma palavra que poderá causar situações constrangedores, é completamente ilegal.

Assim sendo, o servidor responsável por realizar os registros do cartório, é obrigado a informar os responsáveis sobre a proibição. Além disso, quando existe algum nome com a grafia incorreta, o servidor também pode alterá-las. Portanto, alguns dos nomes proibidos no país, são:


  1. Triângulo;
  2. Bizarro;
  3. Sujismundo;
  4. Rua sem saída;
  5. Sem informação;
  6. Não declarado;
  7. Capô de fusca;
  8. Cadáver;
  9. Triste;
  10. Solitário;
  11. Criatura;
  12. Lúcifer;
  13. Santo;
  14. Anjo;
  15. Cachorro;
  16. Gorila;
  17. Miojo;
  18. Garrafa;
  19. Sem nome;
  20. Gringo;
  21. Computador.



Origem dos 11 sobrenomes mais comuns no Brasil

 

Foto: Google Imagens

1 – Silva

Antecipadamente, cerca de 5 milhões de brasileiros carregam Silva como sobrenome e sua origem deriva de Portugal. Já a sua, portanto, etimologia tem relação com a selva e a floresta.

2 – Santos

Entre as variações “Santos” e “dos Santos” existem cerca de 4,7 milhões de brasileiros registrados. Contudo, o sobrenome tem origem católica e está associado à óbvia ideia de santo.

Durante o período medieval era um sobrenome muito comum para os cavaleiros ibéricos, que nasciam durante a época do Dia dos Santos.

3 – Oliveira

Primeiramente, o nome de origem portuguesa, era muito mais utilizado como alcunha do que como sobrenome, pois indicava quem trabalhava com plantações e olivas.

4 – Souza

É o 4º sobrenome mais popular do país e deriva da palavra “saxa”, que traduzindo do latim significa “rocha”.

5 – Rodrigues

Em síntese, significa o mesmo que “filho de Rodrigo”, afinal, o sufixo -es era utilizado para definir a filiação da pessoa.

6 – Ferreira

O sobrenome, que é original da Península Ibérica, tem os seus primeiros registros no século XI, pois era usado nesse período para designar quem vivia em reservas e jazidas de ferro.

7 – Alves

Assim como Rodrigues, esse sobrenome serve para designar o patriarca de uma família em específico. Além disso, pode ser abreviação de Álvaro ou Álvares.

8 – Pereira

É difícil definir com precisão a origem desse sobrenome por conta da falta de evidências históricas. Apesar disso, estima-se que o primeiro Pereira foi um português que ganhou uma plantação de peras.

9 – Lima

O sobrenome surgiu por conta da proposta de designar a comunidade que vivia no Rio Lima, que se estende entre a Espanha e Portugal.

10 – Gomes

Gomes é um sobrenome que serviu para designar o patriarca de uma família, que modo que represente os “filhos de Gomo”.

11 – Ribeiro

Ribeiro significa rio pequeno e foi um sobrenome utilizado para servir como alcunha para os moradores das regiões banhadas por rios. 


Estes são os 11 sobrenomes mais comuns do país: qual é o seu?

Fizemos uma lista com os sobrenomes mais comuns no Brasil. 


Imagem: Divulgação


1 – Silva
2 – Santos
3 – Oliveira
4 – Souza
5 – Rodrigues
6 – Ferreira
7 – Alves
8 – Pereira
9 – Lima
10 – Gomes
11 – Ribeiro


Favela do Rio de Janeiro foi batizada com nome de novela

 

NELSON DI RAGO/TV GLOBO
Madalena (Patrícia França) em Salsa e Merengue; mocinha se envolve com dois irmãos na trama

No Complexo da Maré, conjunto formado por 17 favelas na zona norte do Rio de Janeiro, uma das comunidades foi batizada popularmente com o nome de Salsa e Merengue, novela das sete exibida pela Globo entre 1996 e 1997. 

Oficializado como bairro pela Prefeitura do Rio de Janeiro em 2000, o Conjunto Novo Pinheiro é chamado por seus moradores --e até mesmo encontrado com essa denominação em buscas de endereço-- até hoje por seu nome popular de Favela Salsa e Merengue.

A comunidade foi construída pelo governo para abrigar, em um primeiro momento, moradores afetados pelas fortes chuvas nos anos 1990 e acabou ganhando o nome da novela em decorrência do colorido das casas do conjunto, que remetia às cores da trama.

O folhetim de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, com direção de Wolf Maya, foi exibido às 19h --entre Vira lata (1996) e Zazá (1997)--, e também era ambientado no Rio de Janeiro, na fictícia Vila do Vintém. Para reproduzir as vilas e casas inspiradas no bairro de Vila Isabel, a Globo construiu a maior cidade cenográfica da emissora até então. Era por ali que viviam os personagens Candinho (Marcos Oliveira) e Socorro (Stella Miranda), dupla cômica que ganhou enorme repercussão entre o público.

REPRODUÇÃO/FACEBOOK/MARÉ VIVE

Relembre a trama 

Primeira novela escrita por Miguel Falabella --que já estava à frente do dominical Sai de Baixo (1996-2002)--, Salsa e Merengue conta a história de um triângulo amoroso entre Eugênio (Marcello Antony), Valentim (Marcos Palmeira) e Madalena (Patrícia França).

Nascido em uma vila, mas trocado na maternidade e criado como filho dos ricaços Guilherme, interpretado por Walmor Chagas (1930-2013) e Bárbara (Rosa Maria Murtinho), Eugênio descobre toda a verdade sobre sua origem após sofrer uma contaminação por mercúrio. O rapaz desenvolve uma leucemia e precisa, com urgência, de um transplante de medula. Para resolver a questão, os pais adotivos vão em busca da mãe biológica de Eugênio: Anabel Muñoz (Arlete Salles).

A solução para salvar a vida do playboy está em Valentim, o outro filho da cerimonialista. O que o rapaz não faz ideia é que o irmão que ele nem conhece e precisa salvar vai se apaixonar pela mesma mulher que ele: a ex tecelã Madalena.

A trama também contou no elenco com nomes como Debora Bloch, Cristiana Oliveira, José Wilker (1944-2014), Victor Fasano, Laura Cardoso, Ariclê Perez (1943-2006), Diogo Vilela, Adriana Garambone, Maria Maya e Zezé Polessa.

ARLEY ALVES/ARQUIVO/TV GLOBO

Fonte: Noticias da TV



Allan Kardec: quem foi o homem que ‘inventou’ o espiritismo

Hippolyte Rivail nasceu em família católica e, desde muito jovem, dedicou-se aos estudos, sobretudo de filosofia e ciências

Da maneira como ele entendia, não se tratava de ter "inventado" o espiritismo. Allan Kardec (1804-1869) considerava-se o "codificador" da ideia. Que, para ele, também não era uma religião — mas, sim, uma doutrina, compatível com a religiosidade cristã e, principalmente, com a ciência e a filosofia então preponderantes na Europa do século 19.

Kardec foi o pseudônimo adotado pelo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, notável pedagogo, professor e tradutor, na hora de sistematizar as pesquisas — consideradas como científicas por ele — sobre os fenômenos paranormais e a mediunidade.

Escolheu ele o nome depois de uma experiência em que um suposto espírito familiar havia lhe revelado uma vida pregressa dele entre os druidas celtas da região da Gália.

No Brasil, a doutrina espírita kardecista encontrou solo fértil, sobretudo ao longo do século 20. A ponto de, segundo os dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE), publicados em 2010, o espiritismo seja considerado a terceira religião com mais adeptos no país, depois do catolicismo e dos evangélicos — e, também, dos que declaram não participar de nenhuma religião.

Oficialmente, são mais de 3,8 milhões de praticantes da doutrina em território nacional. "Deu certo por aqui porque o espiritismo, no Brasil, desenvolveu mais o seu lado espiritual, religioso, e aqui já existia, por conta das religiões afro-brasileiras e afro-indígenas e o sincretismo que se fez no ambiente religioso, uma propensão à crença em espíritos, em entidades e seres que interferem cotidianamente na realidade, produzindo infortúnios, curas, bem-estar na população", argumenta o historiador, sociólogo e cientista da religião Marcelo Ayres Camurça, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e autor do livro Espiritismo em Sete Lições.

Em outras palavras, como salienta o pesquisador, no Brasil já hávia uma crença em espíritos anterior à própria chegada do kardecismo. E isso estava presente "em orixás, caboclos e no próprio catolicismo popular". "Quando o espiritismo chega, acontece uma adequação", afirma.

"O espiritismo kardecista encontra solo fértil aqui no Brasil porque a nossa matriz cultural nunca foi eminentemente racionalista, sempre foi mais emotiva e isso desemboca em uma visão religiosa mais mágica. Nesse sentido, e não há nada pejorativo aqui, lidamos com as questões de uma maneira a partir do pensamento mágico, encantado", contextualiza o historiador, filósofo e teólogo Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

"Somos adeptos de uma religiosidade do encantamento e isso de deve à nossa própria história, baseada na construção da identidade brasileira, com índios, negros e portugueses que viveram durante muito tempo aqui e foram também alimentando esses aspectos. Esse é o caldo de cultura", acrescenta ele.

Moraes acredita que o espiritismo acabou trazendo "uma resposta que agrada as pessoas", com "recompensas que não estão presentes em visões mais deterministas como o cristianismo". "Esse mix transformou de fato o kardecismo numa religião interessante para o universo brasileiro", analisa.

De curioso a teórico espírita


Hippolyte Rivail nasceu em família católica e, desde muito jovem, dedicou-se aos estudos, sobretudo de filosofia e ciências. Ao situar o percurso intelectual dele, é preciso ressaltar o contexto acadêmico, uma vez que eram de sua contemporaneidade o naturalista Charles Darwin (1809-1882), que apresentaria a teoria da evolução das espécies, e o filósofo Auguste Comte (1798-1857), formulador do positivismo.

Bacharelado em Ciências e Letras, Rivail passou a atuar como tradutor, professor e pedagogo. Foi entusiasta da democratização do ensino e chegou a oferecer aulas gratuitas em sua própria casa, em Paris.

Em 1854, ouviu falar pela primeira vez sobre as tais "mesas girantes", encontros mediúnicos que eram moda na França daquele tempo. Cético, atribuiu o fenômeno inicialmente não a uma força de supostos espíritos, mas a uma influência do magnetismo.

Quando começou a frequentar tais reuniões, como curioso, contudo, ele passou a se convencer de que algo a mais poderia haver ali. E passou a sistematizar um método científico para, no seu entendimento, comprovar se haveria fraude ou não — estabelecendo uma série de perguntas que eram feitas do mesmo modo em reuniões diferentes, a fim de buscar coerência naquilo que lhe era apresentado como obra de espíritos.

O pentateuco da nova doutrina


Já convencido de uma influência sobrenatural, ele publicou sua primeira obra, O Livro dos Espíritos, em 1857. O material é considerado o marco fundador do espiritismo kardecista. E ali ele passou a assumir o pseudônimo Allan Kardec, em referência a sua suposta vida passada mas também como forma de diferenciar a sua carreira espírita de seus trabalhos como pedagogo.


Fac-símile da edição de 1860 da obra 'O Livro dos Espíritos', principal livro escrito por Kardec e base da nova doutrina

E é por causa dessa fundamentação teórica que Kardec se tornou tão importante. Afinal, se manifestações espíritas já eram narradas e sessões com médiuns já ocorriam, ele não "inventou" nada de novo — mas colocou no papel um método e procurou, a seu modo, explicar o que via.

"Ao longo da história, ocorreram muitos fenômenos ditos mediúnicos, de comunicação com espíritos. E o próprio Kardec, que ficou conhecido como líder, quase fundador, ou 'codificador' do espiritismo, ele não era médium", comenta Camurça.

"Mas sua curiosidade fez com que ele se tornasse o primeiro a sistematizar, vamos dizer que do ponto de vista científico, o que faziam os médiuns", explica o professor.

Para escrever seus livros fundamentais do espiritismo, ele passou a frequentar sessões com médiuns diferentes, aplicando perguntas sistemáticas e as compilando.

"Eram questões ao pretenso mundo espiritual, de toda ordem, de cosmologia, do destino da Terra e dos homens", elenca Camurça.

Kardec seguiria fazendo pesquisas e escrevendo livros basilares da nova doutrina, tendo publicado cinco obras até 1868. São considerados "o pentateuco" do espiritismo.

"Ele foi aprofundando a doutrina. Seu mérito foi ter feito as perguntas e as sistematizado", aponta Camurça.

Quando ele morreu, vítima de um aneurisma aos 64 anos, no ano de 1869, ele trabalhava em uma obra que procurava explicar as relações entre o magnetismo e o espiritismo. Na época, estima-se que sua doutrina já era seguida por cerca de 8 milhões de adeptos.

Kardec não via o espiritismo como uma religião, mas sim como uma doutrina 'que combinava ciência, filosofia e espiritualidade'

Cientificismo e teologia


Camurça situa o kardecismo dentro do contexto cientificista do século 19. "Ele chama o espiritismo de terceira revelação, sendo a primeira Moisés, a segunda Jesus Cristo. Esta terceira seria a revelação da modernidade, com a Terra já evoluída para receber essa doutrina que explicaria a humanidade", afirma.

Nesse sentido, ele mesclava ideias como a do evolucionismo — com a teoria de que a humanidade evolui porque a cada reencarnação os seres têm a chance de retornar melhores — e o sentido de justiça.

"Ele conseguiu produzir uma doutrina que estava no espírito do seu tempo, ou seja, a modernidade que negava as religiões enquanto dogmas e acabava adequando a mentalidade religiosa a uma mentalidade científica e filosófica. Essa era a sua pretensão", explica Camurça.

Conforme esclarece o pesquisador, Kardec não via o espiritismo como uma religião, mas sim como uma doutrina "que combinava ciência, filosofia e espiritualidade".

"Como religião ele concebia as que existiam até então, principalmente na Europa Ocidental onde ele vivia, com o catolicismo e o protestantismo", conta Camurça. "Para ele, o espiritismo visava a superar dois impasses da modernidade: a religião dogmática que caia no fatalismo, na ideia de que 'as coisas acontecem porque Deus quis assim', sem buscar explicações lógicas e racionais; e a ciência ateia e utilitarista que não percebia os valores mais aprofundados da humanidade."

Na sua proposição, Kardec acabou trazendo uma doutrina baseada na crença dos fenômenos da vida pós-morte. "E isso é significativo, porque, a princípio, a ciência não se interessa por isso", enfatiza Camurça.

"Ele quis estender a ciência da época, muito positivista, a uma compreensão do mundo inefável. O que era científico mas também filosófico, porque existia uma moral por trás disso", acrescenta.

No kardecismo, enfatiza Camurça, "Deus é o princípio de todas as coisas, uma força vital que organiza o cosmos e tem uma moral que implica em valores de justiça".

Fonte: BBC News Brasil




Sem entender como cão conseguia fugir, tutora instala câmera na cozinha e descobre técnica de gênio

 Presos na cozinha por uma grade, um dos cães sempre conseguia fugir, no entanto, como ele fazia isso era uma grande questão sem resposta


Irmão pit bull tinha participação importante no plano (Foto: Reprodução TikTok / midlandsdaxies)


A fuga improvável de um dachshund ou ‘cão-salsicha’ viralizou recentemente no TikTok. Depois de não entender como o canino conseguia escapar da cozinha, a tutora decidiu instalar uma câmera a fim de registrar o flagrante.

Presos na cozinha por uma grade, um de seus seus cães sempre conseguia fugir, no entanto, como ele fazia isso era uma grande questão sem resposta.


Os quatro cães estão em frente a grade (Foto: Reprodução TikTok / midlandsdaxies)


Todavia ao instalar uma câmera na cozinha foi possível saber como um dos quatro dachshund conseguia executar tal feito: com a ajuda de seu irmão.

Considerado como ‘gênio’ de quatro patas por muitos internautas, o canino utilizava as costas de seu irmão, um pit bull, como escada para conseguir pular pela grade.

O canino está tentando subir em cima do seu irmão (Foto: Reprodução TikTok / midlandsdaxies)


No vídeo é possível ver as várias tentativas do cãozinho para se equilibrar nas costas do pit bull até finalmente obter sucesso.

Seus outros dois irmãos salsichas observam atentamente a fuga, mas não fazem o mesmo, apenas parecem estar felizes pelo irmão ter conseguido.

“Tente, tente, tente novamente... e coloque seu irmão mais velho em uma posição melhor”, destaca a legenda.

O salsicha alcança a grade para pular para fora (Foto: Reprodução TikTok / midlandsdaxies)


Publicado no dia 25 de setembro na página do TikTok @midlandsdaxies, o vídeo foi visto por mais de 3,4 milhões de pessoas.

Além disso, teve 336,9 mil curtidas, 2.145 comentários e 19,3 mil compartilhamentos.

“Na vida temos que aproveitar as oportunidades”, comentou um internauta.
“Observe toda a cauda abanando antes que seu plano fosse quase executado”, detalhou outro.
“Brilhantes, salsichas são outra coisa, totalmente com ele!!”, salienta um.



No dia 20 de setembro, um primeiro vídeo sobre a tentativa de fuga foi publicada, entretanto, o salsicha não conseguiu pular para fora.

“Quando você teve que filmar o portão porque não conseguiu descobrir como seu mini dachshund estava superando isso.... Está tudo bem, use seu irmão mais velho”, enfatiza a legenda.

Confira o vídeo:




Dachshund


De acordo com o site Patas da Casa, cães da raça dachshund são bem agitados e cheios de energia.

Acredita-se que essa raça de cães adveio da Alemanha durante o século 15, no período da Idade Média.

Os dachshunds eram muito utilizados, na época, para caçar texugos, por causa do seu tamanho, agilidade e faro aguçado.

Com o passar dos anos, a raça acabou se tornando um cão de companhia, no entanto, quase chegaram a serem extintos após as duas guerras mundiais.

Vale lembrar, que o adestramento é muito importante para essa raça, já que ela precisa receber limites desde cedo e entender quem manda na casa.

Caso contrário, eles tendem a criar suas próprias regras e seguir seus instintos.

Com muita energia para pular, brincar e correr pela casa, o ideal é levar esses animais para passear pelo menos duas vezes ao dia, com dez minutos de caminhada ao ar livre.

O canino está em cima do pit bull (Foto: Reprodução TikTok / midlandsdaxies)


Fonte: Internet/TikTok

Demissão silenciosa: o que é isso? Empresa onde trabalho pode fazer isso comigo?

 Demissão silenciosa é mais um conceito que os trabalhadores devem conhecer. 


O mercado de trabalho passa, de tempos em tempos, por transformações, que podem modificar o cenário do emprego. Essas transformações podem ser mais locais, quando se trata de um país, por exemplo, como também de aspecto mais global, quando abrangem um maior número de países, seja de um hemisfério, de um continente ou de outras divisões. Dessa maneira, um dos últimos conceitos que apareceram foi o da demissão silenciosa. Mas do que se trata ela e será que as empresas e empregadores podem fazê-la?

No entanto, para entender o que é a demissão silenciosa, é preciso, antes de mais nada, entender que esse conceito ganhou uma alta popularidade, principalmente na Internet, nas últimas semanas. A expressão “demissão silenciosa”, vem da expressão em inglês “quiet quitting“. Neste sentido, ela se trata de um modo de comportamento de trabalhadores com relação às suas atividades de trabalho. O fenômeno pode ter diversas causas; acompanhe na matéria.

Demissão silenciosa é prática de empregadores e empregados / Imagem: Divulgação

O fenômeno do quiet quitting


Em linhas gerais, o fenômeno da demissão silenciosa, ou quiet quitting, se baseia em um comportamento do trabalhador de apenas realizar o mínimo necessário para que o seu trabalho seja feito. Esse comportamento passa a aparecer por meio de ações conscientes e intencionais de apenas realizar aquilo que precisa ser realizado, e nada além disso.

Ou seja, não se trata, de fato, de uma demissão do emprego, apenas de uma atitude de realizar as atividades do cargo ocupado estritamente como elas estão descritas. Isso quer dizer, em outras palavras, que o trabalhador não busca deixar de fazer suas tarefas, ou fazê-las de modo mais lento, ou então prejudicar o local de seu trabalho. Apenas quer dizer que o trabalhador faz aquilo que é necessário.

Esse fenômeno pode ter diversas causas responsáveis por originá-lo. Por exemplo, a desmotivação dos trabalhadores, estafa mental dos funcionários, empregadores que possuem dificuldades em reconhecer e manter os talentos de seu quadro de funcionários e funcionamento a partir de um formato vertical.

Além disso, outras questões relativas à gestão e também a necessidade dos colaboradores de possuírem focos em suas necessidades individuais podem estar relacionado ao crescimento da ‘demissão silenciosa’.

Empresa pode fazer o mesmo?


Como resposta, muitas empresas aderiram a um comportamento que está recebendo o nome de quiet firing, que também se trata de uma demissão silenciosa. No entanto, neste caso, a empresa é quem dá a resposta para o trabalhador. Dessa maneira, o que pode acontecer é que a empresa pode adotar certos comportamentos com o intuito intencional de fazer com que o trabalhador peça para sair.

Assim, o que as empresas podem fazer é suspender ou congelar promoções, suspender os feedbacks dos trabalhadores e outras ações que possuem como objetivo fazer com que o trabalhador queira pedir para sair. Neste sentido, nos Estados Unidos, por exemplo, muitas empresas podem acabar tratando funcionários que desempenham um mesmo cargo de forma diferente, além de reduzir o salário ou a carga horária.

No Brasil, por outro lado, dependendo da situação isso pode ser considerado assédio, e o trabalhador tem a possibilidade de buscar seus direitos na Justiça.

Motivos que levam à demissão por JUSTA CAUSA
Por fim, é importante lembrar que muitas pessoas podem acabar sofrendo com demissão sem perceber que existe justa causa para isso.

A saber, existem muitos cenários que podem levar ao fim do contrato.

Para facilitar, a seguir confira uma lista de motivos que levam à demissão com justa causa:

  • Improbidade: esse tipo de ato diz respeito a qualquer ação desonesta por parte do trabalhador. Exemplos: fraude, má-fé, abuso de confiança, entre outros;
  • Negociação no ambiente de trabalho sem permissão;
  • Desídia no desempenho de funções: para quem não sabe o que é isso, essas são as situações que podem começar com pequenas faltas que seguem acontecendo. É quando o profissional claramente não mostra mais interesse;
  • Embriaguez em serviço ou habitual;
  • Ato de indisciplina;
  • Agressões físicas;
  • Perda de habilitação profissional; entre outros.
  • Demissão por WhatsApp, pode acontecer?
  • Antes de mais nada, com o avanço da tecnologia e o aumento de uso de aparelhos celulares, o WhatsApp é um dos aplicativos com maior número de usuários do Brasil, se não o maior. Acontece, portanto, que a ferramenta que antes era visto como algo de lazer, agora também pode ser uma ferramenta de trabalho.
Assim sendo, diversas empresas e trabalhadores já utilizam o aplicativo mensageiro como fonte de conversa, portanto, há inúmeros casos em que o patrão escolhe demitir um funcionário, por meio do aplicativo. Primeiramente, segundo à análise de diversos advogados, não existe nenhuma lei que proibida a demissão por WhatsApp.

Ou seja, não é uma medida ilegal. Em segundo lugar, a demissão pode acontecer dessa forma, uma vez que o aplicativo já seja usado como fonte de diálogo para o empregador/trabalhador. Desse modo, ainda que não exista uma proibição, especialistas orientam que os empregadores optem sempre pelo diálogo de modo presencial. Isso porque, é uma forma melhor de sanar quaisquer questões.


Fonte: Internet

História do Bar Amarelinho da Cinelândia

 

Foto: Google Imagens

A história do Rio de Janeiro se mistura com a boêmia. Muito dos fatos mais importantes da memória da Cidade Maravilhosa começaram em mesas de bares e cafés. O Amarelinho da Cinelândia sintetiza essa ideia.

O Bar Amarelinho foi fundado em 1921, na Cinelândia, que na época, por abrigar teatros, cinemas que recebiam a elite carioca, era considerada “Broadway Brasileira”.

Cinelândia século XIX
Foto: Google Imagens

Entretanto, o nome, que caracteriza tão bem o lugar, nem sempre foi “Amarelinho”. O bar chegou a ser chamado de “Café Rivera”. De acordo com pesquisas do radialista e historiador Osmar Frazão, a mudança de nome se deu em decorrência da cor predominante das paredes externas do edifício.

Foto: Google Imagens

Entre muitas pessoas, dois espanhóis marcam a história do Amarelinho. O primeiro foi Francisco Serrador, empresário que investiu pesado na evolução da Cinelândia, instalando cinemas e teatros no local, possibilitando o crescimento também do bar.

O segundo espanhol fundamental para a história desse brasileiríssimo bar foi José Lorenzo Lemos, que depois de trabalhar por muito tempo como copeiro e garçom pelos restaurantes do Rio, se tornou, nos anos 1970, sócio do Bar Amarelinho e ajudou o estabelecimento a se reerguer em período difícil.

Nessa época, a badalada área da Cinelândia não passava por uma boa fase devido ao fechamento de muitos teatros e cinemas e às obras do metrô, que transformaram a histórica praça em um canteiro de entulhos e máquinas. Tudo isso reduziu o movimento.

Todavia, as coisas se acertaram e o Amarelinho voltou a respirar os ares dourados do passado. Passado marcado pela presença de muitos fatos e pessoas de suma importância para a história do Brasil.

Entre os assuntos que foram discutidos na mesa do mar e geraram grandes frutos estão a Semana de Arte Moderna, o início da Era Vargas, a luta pela igualdade racial e os movimentos nacionalistas no Brasil, a fundação do Partido Comunista nacional, entre muitos outros.

“AO REDOR DO BAR ESTÃO O THEATRO MUNICIPAL, A BIBLIOTECA NACIONAL, O CINEMA ODEON, A CÂMARA DOS VEREADORES E O CENTRO CULTURAL DA JUSTIÇA FEDERAL. O AMARELINHO DA CINELÂNDIA É UM DAQUELES BARES DO RIO DE JANEIRO QUE SEMPRE ESTÃO NOS LIVROS DE HISTÓRIA” OPINIÃO PUBLICADA NO SITE PATOTA CARIOCA.”

Quanto às pessoas, Oscar Niemeyer, Mário de Andrade, Joel Silveira, Vinicius de Moraes são só alguns dos célebres nomes que marcavam presença no Bar Amarelinho.

“O BAR AMARELINHO É UM LUGAR QUE TEM A CARA DO RIO: HISTÓRICO, DIVERTIDO, BEM LOCALIZADO. QUE BOM QUE ELE CONTINUA DE PÉ, PARA CONTINUAR PRODUZINDO RICAS MEMÓRIAS PARA NOSSA CIDADE E SERVINDO UM CHOPE GELADO” DESTACA O HISTORIADOR MAURÍCIO SANTOS.

Fonte: Internet

Quem foi Daniella Perez, assassinada no auge de sua carreira como atriz na Globo

 Morta quando estava no ar em 'De Corpo e Alma', filha de Gloria Perez é lembrada na série 'Pacto Brutal', da HBO Max


Foto Foto: Reprodução/Twitter


A estreia de "Pacto Brutal", minissérie documental em cinco episódios sobre o assassinato de Daniella Perez que estreia nesta quinta-feira, joga luz sobre a vida da atriz e bailarina, que morreu aos 22 anos, em 28 de dezembro de 1992.

Seu corpo foi encontrado pela polícia, ao lado de seu carro, num matagal de uma então pouco adensada Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, com 18 perfurações, a maioria concentradas na região do coração. O relato de uma testemunha levou a polícia a Guilherme de Pádua, colega de elenco da vítima, e à mulher dele, Paula Thomaz.

Daniella era a filha primogênita de Gloria Perez, hoje uma autora consagrada de novelas na TV Globo. Nasceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1970 e desde cedo mostrou talento para o balé. Tanto é que chegou a dançar profissionalmente na companhia da coreógrafa Carlota Portella.

Seu talento para a dança a levou à sua primeira participação especial na TV, bailando na abertura da novela "Kananga do Japão", da extinta Manchete, que foi ao ar no final dos anos 1980. Foi nos bastidores desse folhetim que ela conheceu Raul Gazolla, com quem se casaria em 1990.

Gloria Perez conta na série "Pacto Brutal" que aquela experiência a abriu para tentar a carreira de atriz. Em 1990 sua filha ganhou o seu primeiro papel de atriz, como coadjuvante na trama de "Barriga de Aluguel", da faixa das seis da tarde da Globo. O enredo contava com Claudia Abreu no papel de uma jovem que empresta o útero para gerar o filho do casal vivido por Cássia Kis e Victor Fasano.

Em "Barriga de Aluguel", escrita por sua mãe, Daniella Perez interpretava Clô, que era uma das dançarinas do Café Copacabana, onde parte da trama era encenada. Foi ali que começou a a amizade entre a atriz e Eri Johnson, com quem voltaria a contracenar dois anos depois, em "De Corpo e Alma". O ator seria um dos nomes mais ativos a dar declarações no desenrolar do assassinato da amiga.

Na época, Daniella Perez chegou a comentar o fato de atuar numa trama que tinha a sua mãe como autora. "No começo, o fato de estar em 'Barriga de Aluguel' me incomodava muito", disse ela à revista Amiga TV, em 1991. "Eu, que nunca tinha feito nada como atriz, achava que estava tirando o lugar de alguém que realmente tivesse talento."

Seu primeiro papel de destaque se daria no trabalho seguinte, "O Dono do Mundo", enredo de Gilberto Braga para o horário das oito. A história acompanhava um médico inescrupuloso, vivido por Antônio Fagundes, que tinha fixação na virginal Márcia, interpretada por Malu Mader.

Nessa novela, que foi ao ar em 1991, Daniella Perez vivia Yara, irmã mais nova de Stella, papel de Glória Pires, que, por sua vez era casada com o personagem de Fagundes. As duas irmãs eram filhas de um ricaço encarnado por Stênio Garcia.

Tanto ele quanto Daniella Perez, aliás, voltariam a repetir o papel de pai e filha na produção seguinte de ambos, que foi "De Corpo e Alma", no ar a partir de meados de 1992.

Com essa novela, Gloria Perez, discípula de Janete Clair, assumia a sua primeira trama das oito em voo solo na Globo. O enredo principal girava em torno de Paloma, que recebia o coração transplantado de outra mulher, Betina, grande amor de Diogo, papel de Tarcísio Meira. Os dois acabavam se apaixonando, numa narrativa que ainda tratava da ascensão dos góticos e do fenômeno dos clubes das mulheres, com strippers masculinos.

Daniella Perez não era a protagonista da trama escrita por sua mãe, mas fazia um papel de destaque e que caiu no gosto popular –Yasmin, jovem cheia de personalidade que vivia um romance com Caio, interpretado por Fábio Assunção, que por sua vez deixava os papéis teen para se consagrar como galã.

Yasmin, na trama, tinha um envolvimento com Bira, motorista de ônibus vivido pelo ator Guilherme de Pádua, iniciante em seus 22 anos, que fazia em "De Corpo e Alma" o seu primeiro grande trabalho na TV.

Na noite de 28 de dezembro de 1992, o corpo de Daniella Perez foi encontrado num matagal, atingido por cerca de 18 estocadas que feriram seus pulmões e o coração.

A polícia chegou até Guilherme de Pádua por causa de uma testemunha que teria visto o seu carro, com a chapa adulterada, na cena do crime, pouco antes de o corpo da atriz ter sido deixado ali. A Justiça concluiu que o ator e sua mulher armaram uma emboscada contra a vítima. Ambos foram condenados por homicídio qualificado a uma pena de pouco menos de 20 anos de prisão.

Há cinco anos, o ex-ator se tornou pastor da Igreja Batista da Lagoinha, em sua cidade natal, Belo Horizonte. Guilherme de Pádua concedeu poucas entrevistas sobre o caso, mas seu nome sempre reaparece por aí, como quando criou um canal no YouTube para falar de sua conversão religiosa. Numa de suas últimas aparições públicas, em 2020, foi às ruas num protesto pró-Bolsonaro.

Em 1993, quando foi ao ar a última gravação de Daniella Perez em "De Corpo e Alma", seus colegas de elenco quebraram a quarta parede para prestar homenagens, exibidas no fim do capítulo. E, quando a novela acabou de vez, em março daquele ano, mais uma vez exibiram um compilado de cenas da atriz.

"Pacto Brutal - O Assassinato de Daniella Perez"

Onde: Minissérie em cinco episódios disponíveis a partir de quinta (21), na HBO Max

Classificação: 16 anos

Produção: Brasil, 2022

Direção: Tatiana Issa e Guto Barra