O economista e oficial de Marinha Mercante Bruno Augusto, de 39 anos, que desde outubro de 2013 fiscaliza por conta própria o funcionamento da UPA de Madureira, foi detido pela PM na manhã de hoje. O seu 'crime' foi questionar a ausência de pediatra em mais um plantão. O caso está na 29ª DP (Madureira).
Em setembro de 2013, um dos filhos dele teve atendimento negado na UPA. É que não havia pediatra. A partir daí, ele passou a fiscalizar a UPA do bairro.
- Não faço isso por mim. Eu posso levar meu filho em hospital particular. Mas e as pessoas que não podem fazer isso? O que acontece com elas?
A escala do plantão diurno de hoje (das 7h às 19h), veja na foto, tem os nomes de duas pediatras. Mas, repare: a dra. Valmy está de "licença médica" e a Dra. Adriana "pediu demissão". Ou seja: só tem pediatra no papel.
Nos últimos cinco dias, inclusive no final de semana, Bruno foi à UPA duas vezes por dia para checar as escalas diurna e noturna. No final de semana, os funcionários da UPA de Madureira, que são contratados e treinados pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), que administra a unidade, chamaram a Polícia Militar para prender Bruno. Foi a terceira ameaça de prisão que ele recebeu. Mas nada aconteceu.
Aliás, no sábado passado, Bruno Augusto levou uma pacote de copos plásticos para a UPA. Pois não havia na unidade. Mas foi em vão. Também não havia água no bebedouro. No domingo, ele fez a foto deste casal com uma criança no colo saindo da UPA de Madureira. Pai e mãe tentavam atendimento para o bebê, mas não tinha pediatra no turno da manhã. O casal teve que procurar outra unidade.
O caso é curioso, já que o Iabas e a Secretaria municipal de Saúde do Rio costumam dizer que na ausência de um pediatra, um clínico geral de plantão faz o atendimento da criança. Porém, não é o que acontece na prática. Os funcionários, geralmente, pedem que os pais procurem outra unidade de saúde e não prestam nenhum atendimento médico.
Hoje, a PM foi mais uma vez acionada, e Bruno Augusto, levado para 29ª (Madureira). Neste momento, 12h57m, ele ainda está prestando depoimento.
O Iabas não explicou mais uma ausência de pediatras na unidade. Veja a nota na íntegra:
“O Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) esclarece que a escala dos médicos fica fixada no quadro de avisos disponível a todos os usuários e que o Iabas não orienta seus funcionários a chamar a Polícia Militar nos casos em que os usuários questionam sobre a mesma. O auxílio da Polícia Militar foi solicitado por se tratar de um caso esporádico, com o intuito de manter o conforto e privacidade dos usuários, e inibir a invasão a consultórios e outras salas em que são realizadas procedimentos médicos, cuja permanência é restrita a pacientes e médicos. A fiscalização do atendimento e da escala da UPA pode e deve ser feita pelos cidadãos que, contudo, precisam respeitar o direito dos usuários que estão sendo atendidos no momento.”
Fonte: Globo
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