O Baú conta a história do traficante Arley Azevedo de Araújo, o Savoy, um bandido que gostava de matar policiais. Arley foi caçado pela polícia até ser morto, em 2003, na favela do Muquiço, em Guadalupe. Savoy era conhecido por liderar "bondes" para roubar carros e pelas diversas namoradas. Uma delas, Vivian Braga, ficou famosa ao ser presa no dia em que o bandido foi morto.
Savoy, o bandido que gostava de matar policiais
O inspetor Marcos Augusto de Paula, o Marcão, foi executado em 2002 por bandidos do Morro da Pedreira, em Costa Barros. Na época lotado na Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), ele era tido como um policial operacional e muito querido. Começava ali então a caçada a um dos bandidos mais sanguinários do Rio de Janeiro: Arley Azevedo de Araújo, o Savoy. Conhecido como matador de policiais, ele era o chefe do grupo que perseguiu Marcão, na Avenida Brasil, o sequestrou e levou para próximo do morro onde ele foi torturado, executado e jogado no Rio Acari.
Muitos antes de começar a matar policiais, o que ele considerava um "hobby', Savoy foi designado pelo seu chefe, Paulo Cesar Silva Santos, o Linho, para ser o homem que comandaria o tráfico de drogas dos morros da Pedreira e Lagartixa, em Costa Barros. Logo depois, Linho desapareceu e até hoje a polícia não tem certeza se ele está morto. O disque-denúncia chegou a oferecer uma recompensa de R$ 5 mil para que informasse o paredeiro de Arley. Era na Pedreira que a quadrilha mantinha seu arsenal de armas, causando medo a qualquer policial que tentasse invadir o reduto. Nas imediações os traficantes saiam em "bondes" para roubar carros. Diversos ferros-velhos foram estourados pela polícia.
As namoradas de Savoy
A prisão de Savoy acabou mostrando mais uma de suas facetas. A de colecionar belas namoradas. Presa na mesma casa cercada pela polícia onde o bandido foi localizado, na favela do Muquiço, Vivian Braga, admitiu que mantinha um romance há seis meses com o traficante. A ex-estudante de moda de uma universidade particular levava uma vida de rainha. Do bandido ganhava uma mesada de R$ 4 mil mensais para suas despesas particulares. Além disso, ganhou mimos como um Siena, um celular de R$ 2, 5 mil e jóias. Apesar de ter tido outras namoradas - quatro de acordo com a polícia - era com Vivian que Savoy costumava viajar sempre. Em uma das viagens a Ubatuba, no litoral paulista, ele chegou a alugar um apartamento para ficar um tempo com ela.
Savoy não admitia traição. Localizada quinze dias após a morte do namorado, uma de suas mulheres admitiu que uma vez levou um tiro na perna como punição. Ele teve um rápido romance com um jovem de 16 anos enquanto ainda namorava Arley. O rapaz também foi baleado mas escapou de ser executado pela quadrilha do traficante. Apaixonada e mãe de uma filha de Arley, ela chegou a tatuar o rosto do amado no seu tornozelo direito. Mesmo indignado, ele tratou seu tratamento enquanto esteve se recuperando do ferimento causado pelo tiro. Logo depois ela acabou abandonando o namorado. De acordo com investigações da polícia, esporadicamente ela levava a filha para ver o pai no morro da Pedreira.
Morto em um de seus redutos
Savoy matava policiais mas também gostava de pagar propina para os maus policiais. Em grampos autorizados pela justiça, o bandido foi pego em escutas telefônicas negociando R$ 1.500 por mês para não ser incomodado na favela do Muquiço, em Guadalupe, onde também era o chefe do tráfico de drogas. As investigações foram coordenadas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). O "arrego" era negociado com pelo menos três policiais militares diferentes que se tratavam por apelidos. Esperto, Arley trocava sempre de telefone para não ser grampeado pela polícia. Segundo as investigações, os policiais ajudavam o traficante a se movimentar de um reduto ao outro.
O reinado de Savoy no tráfico durou até dezembro de 2003. Uma operação da 38 DP (Brás de Pina) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) na favela do Muquiço, terminou com a morte do bandido. Na casa onde Arlei se escondia foram presas mais três pessoas: um cabo da aeronáutica, um segundo homem e a namorada Vivian Braga Corrêa. No local foram apreendidos cheques, celulares, documentos falsos, dois carros e uma pistola calibre 9 mm. Quando morreu, Savoy já tinha contra si nove mandados de prisão e 15 inquéritos policiais incluindo tráfico e homicídio.
Fonte: Jornal Extra
Esse aí era das antigas...
ResponderExcluir