COPA PRA QUEM?

O dia de hoje, 25 de janeiro, foi marcado por manifestações contra a Copa do Mundo em várias cidades do país.

Aqui no Rio, o ato, que teve início às 17h, terminou por volta das 23h, depois de percorrer cerca de 10 km pelos bairros de Copacabana, Ipanema e Leblon.

Marchando na zona mais nobre da cidade, o protesto trouxe, para os belas paisagens do Rio de Janeiro, um grito de insatisfação. Contrastando com a mordomia dos ricos turistas em seus hotéis de luxo e com os moradores dessas áreas nobres, os manifestantes, munidos de cartazes e faixas, indicaram que a realidade da Copa do Mundo mostrada pela grande mídia e defendida pelos nossos governantes não é nada compatível com as demandas do povo.

O ato saiu, por volta de 18h30, da frente do Copacabana Palace em direção à Ipanema. A manifestação foi saudada e aplaudida por alguns transeuntes, por operários de uma obra e pelos camelôs das conhecidas feirinhas que acontecem na orla de Copacabana.

Chegando no Leblon, o ato resolveu dar um rolezinho no shopping Leblon. Entretanto, avisados pela PM, a segurança do shopping já havia trancado todo o centro comercial. Ninguém entrava e ninguém saia. Enquanto as portas do teatro ao lado também eram baixadas, a polícia fez um cordão de isolamento e um princípio de confusão foi logo apaziguado. Cerca de 30 minutos depois, quando grande parte da manifestação já havia saído da frente do shopping, as portas foram reabertas, e quem estava lá dentro, assustado, pôde sair.

O ato voltou para a orla e o alvo agora seria o grande quiosque d`O Globo montado nas areias da praia do Leblon. Gritos contra as organizações Globo pautaram esse momento do ato. Logo na chegada da manifestação, a produção do quiosque parou a música e terminou as atividades do local.

Depois de quase 4 horas de caminhada, muitos policiais reclamavam do cansaço enquanto alguns manifestantes faziam piada, dizendo que iriam para a Aldeia Maracanã, no bairro da Tijuca. O ato se encaminhou para a entrada do morro do Cantagalo. Alguns manifestantes cogitaram subir o morro, mas em conversa com alguns moradores, a ideia foi abortada. Devido aos últimos acontecimentos na comunidade, muitos alegaram que não seria muito seguro se o ato seguisse para a favela.

A manifestação, então, se dispersou. O saldo foi positivo. Novamente, os mascarados e os "vândalos" não agiram de "forma violenta", para desespero das redações reacionárias das mídias corporativas e elitistas. O recado foi dado para muitas pessoas que ignoravam completamente a questão da Copa do Mundo, principalmente os turistas, que olhavam com curiosidade e espanto.

Ficamos sabendo de apenas uma detenção. O rapaz que, segundo informações, nem chegou a ir para a delegacia, foi logo liberado.

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