Um dos policiais expulsos de casa Foto: Cléber Júnior / Extra
O terror começou no último fim de semana. Foi quando traficantes do morro da Caixa d’Água, em Mesquita, passaram a ameaçar três PMs que moram na comunidade. E na porta de casa. Segundo o relato dos policiais, que não quiseram se identificar, os bandidos chegavam na parte da noite, armados de pistolas e fuzis, e montavam guarda em frente às casas dos PMs. Temendo por suas vidas e de suas famílias, eles deixaram os imóveis no início desta semana.
— Os traficantes passaram as madrugadas de sábado e domingo na porta de nossas casas. É uma intimidação que assusta e indigna muito. Minha mulher está grávida de oito meses e não posso arriscar. Tive que sair de lá — disse um soldado, de 29 anos, que saiu de casa na segunda-feira.
No dia seguinte, foi a vez de um sargento ir com a família para a casa de parentes, fora da Caixa d’Água, onde nasceu e foi criado.
— Meus filhos não conseguem mais dormir, estão todos atordoados. Esta situação é um absurdo e chega a ser vergonhosa. Não quero ter que deixar a minha casa de vez — revelou o sargento que está na corporação há cerca de 12 anos.
Os PMs não chegaram a ser abordados por traficantes, mas seus parentes, sim. Foi por meio deles e de vizinhos que as ameaças chegaram.
— São piadas como: “avisa para ele sair, senão vai ser morto” e “é a gente é que manda agora aqui”. Os vizinhos nos ligam a todo momento para avisar que estão rondando nossa casa. Todos estão aterrorizados — conta um dos policiais.
Bandidos do Rio se instalaram nos morros
Segundo os policiais ameaçados, os traficantes que estão impondo terror nos Morros da Coreia e da Caixa d'Água vieram do Chapadão, em Costa Barros; da Chatuba, em Mesquita; e do Complexo do Lins, no Méier. As duas últimas regiões foram ocupadas pela PM.
Nesta quarta-feira, os policiais procuraram ajuda no 20 BPM (Mesquita), que fez uma operação no Morro da Caixa d'Água no mesmo dia. Wellington dos Passos Aniceto, de 27 anos, foi preso e identificado como um dos autores das ameaças. Segundo o major Roberto Dantas, subcomandante do batalhão, as operações nas duas comunidades serão diárias:
- Até que possamos desbaratar o tráfico e dar segurança para esses policiais voltarem para suas casas.
Já o delegado Júlio da Silva Filho, da 53 DP (Mesquita), informou que abriu inquérito para identificar os autores das ameaças. Ainda de acordo com o delegado, já há uma investigação em curso para apurar o tráfico de drogas na região.
Fonte:Extra Online
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