Aumento de R$ 3 vale a partir do dia 8. Ativistas marcaram manifestação para o dia 13
Rio - Depois de anunciar o aumento de R$ 3 na passagem dos ônibus, o prefeito Eduardo Paes também decidiu aumentar o número de gratuidades dos estudantes da rede pública e estender o benefício para os universitários. Os alunos das escolas de níveis médio e fundamental que já tinham direito a 60 passagens por mês vão ganhar mais 16 gratuidades para utilizar também nos fins de semana e ter mais acesso a equipamentos culturais.
O decreto publicado hoje no Diário Oficial do Município determina ainda que os universitários cotistas e bolsistas do ProUni, que já tinham direito à meia passagem, tenham agora 76 gratuidades mensais. Além disso, todo universitário com renda familiar per capita até um salário mínimo, mesmo que seja da rede particular, também terá direito às gratuidades.
'Passagem foi reajustada, mas tomaremos outras medidas que tem a ver com as manifestações de junho', disse Paes
Foto: Márcio Moraes / Agência O Dia
De acordo com o prefeito, ao todo, serão 272 mil estudantes beneficiados. Deste total, 60 mil têm renda familiar per capita abaixo de um salário mínimo, e outros 8 mil são do ProUni.
O prefeito disse ainda que estuda outros benefícios: “A gente está estudando a possibilidade de fazer um cartão carioca jovem. É uma primeira base de iniciativas para a garotada, com entrada para shows, como um vale cultura municipal. Mas isso ainda está em estudo.”
Protesto já é convocado
O Fórum de Lutas Contra o Aumento da Passagem marcou para o próximo dia 13 um grande ato na Cinelândia, às 17h. “Esperamos uma grande adesão na próxima passeata. Afinal, esse aumento valeu por dois, pois conseguiram aumentar e ainda subiram o valor anterior previsto”, informou Gabriel Siqueira, membro do movimento.
Aumento de 9% nas tarifas
O prefeito Eduardo Paes foi rápido: o novo preço da passagem dos ônibus municipais será de R$ 3, ou seja, 9% a mais do que os R$ 2,75 atuais. A decisão está publicada hoje no Diário Oficial e começa a valer a partir do dia 8 de fevereiro. O Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCM) recomendou o reajuste na terça-feira. Os conselheiros entenderam que o contrato de concessão da prefeitura com as empresas de ônibus deve ser cumprido para evitar o risco de interrupção dos serviços.
Por contrato, o reajuste das tarifas deve acontecer uma vez por ano, sempre no primeiro dia útil. Mas o último aumento foi há mais de dois anos, em janeiro de 2012. No ano passado, o governo federal solicitou que o prefeito Eduardo Paes adiasse o reajuste para segurar a inflação. Ele atendeu ao pedido. Seis meses depois, em junho, o preço saiu de R$ 2,75 para R$ 2,95. E foram exatamente estes R$ 0,20 a mais o estopim de uma série de protestos em todo o Brasil. A pressão popular abriu um precedente histórico: o governo foi obrigado a recuar da decisão, voltando a tarifa para R$ 2,75.
O aumento das passagens, em junho do ano passado, foi o estopim para manifestações que tomaram as ruas
Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
No Rio, diferentemente de muitas outras metrópoles, não existe subsídio por parte do governo para os serviços prestados pelos ônibus, o que diminuiria o valor da passagem. Sendo assim, de acordo com especialistas, não existe outra opção além de repassar o custo operacional do sistema para os passageiros. E não fica por aí. São os usuários que pagam também pelas gratuidades.
O presidente da Fetranspor, Lélis Marcos Teixeira, disse ontem que as passagens permaneceram “congeladas” por dois anos, ao contrário do custo operacional dos serviços oferecidos pelas empresas de ônibus, uma vez que houve aumento do combustível, da mão de obra e de vários outros itens.
“O TCM recomendou que toda a frota tenha ar-condicionado até 2016. Isso é para daqui a dois anos. E a vida útil de um veículo aqui no Rio é cinco anos. Vamos precisar fazer um grande investimento. Tem ainda uma outra questão: os bancos não dão financiamento se a segurança jurídica dos contratos estiver ameaçada”, disse, lembrando que, no caso dos ônibus municipais, não existe a exigência do Ministério Público de dez dias de prazo para a entrada em vigor do decreto.
Colaborou Daniel Pereira
Fonte: O Dia Online
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