No início da noite desta quinta-feira, pouco antes das 19h, Marcio Roberto Cunha Travessa Soares, morador de Vila da Penha, na Zona Norte do Rio, voltava pra casa depois de retirar o carro de uma oficina, na Barra da Tijuca. No caminho, estava a Linha Amarela, palco da tragédia que deixou cinco pessoas mortas na última terça, quando um caminhão que circulava em horário proibido derrubou uma passarela. E foi justamente no acesso à via expressa que uma cena chamou sua atenção: um ônibus, cheio de passageiros, circulava normalmente sem o vidro traseiro, aparentemente estilhaçado em algum momento anterior.
- Percebi que estava sem o vidro ainda na Avenida Ayrton Senna. Achei que fosse parar, mas ele pegou a pista do meio e entrou normalmente na Linha Amarela, no sentido Centro. Fiquei muito revoltado com aquela situação - afirma Marcio, de 37 anos.
Se não pudia parar o veículo - algo que, aliás, tampouco as autoridades fizeram -, Marcio decidiu combater o absurdo de outra maneira. Com celular em mãos, ele registrou por pouco mais de um minuto a trajetória do veículo. Num dado momento, ele chega a mostrar o próprio velocímetro, comprovando que o ônibus sem o vidro traseiro trafegava a pelo menos 80km/h. As imagens foram enviadas pelo WhatsApp do EXTRA (21 99644-1263).
- Eu fui seguindo até o pedágio, e nesse período nenhum policial ou fiscal da Lamsa (concessionária que administra a via expressa) abordou o ônibus. Essa Linha Amarela está uma vergonha - desabafa Marcos, acrescentando:
- E logo hoje, que o prefeito anunciou o aumento no preço das passagens. É uma total falta de respeito com a população.
O ônibus trafegando sem o vidro traseiro pela Linha Amarela Foto: Reprodução de vídeo
O veículo, de placa KZW-9122 e número de série C47712, recebeu 30 multas desde o início de 2007, quando começou a circular - três delas nos últimos 12 meses. As autuações têm causas variadas, como a falta de uso de segurança pelo motorista, excesso de velocidade, estacionar em esquinas e sobre faixa de pedestres, avançar o sinal vermelho e parar em fila dupla, entre outras. A infração mais cometida pelo coletivo, contudo, foi por trafegar fora da faixa a ele destinada.
Procurado, o Rio Ônibus informou que não seria possível identificar a empresa e a linha responsável pelo flagrante devido ao horário da solicitação. A entidade afirmou, entretanto, que irá investigar o fato, e que “o comportamento verificado não condiz com as normas de segurança”. Veja, abaixo, a íntegra da nota enviada pelo Rio Ônibus:
“O Rio Ônibus vai investigar a denúncia do leitor do Extra, mas antecipa que o comportamento verificado não condiz com as normas de segurança e a conduta esperada diante da situação apresentada. Para não expor os passageiros ao risco de acidentes, o ônibus deveria ter parado e solicitado auxílio do consórcio responsável pela operação”.
Leia mais e veja o vídeo: Extra Online
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