Em 9 de junho é comemorado o Dia Nacional da Imunização, data criada para conscientizar a sociedade da importância de manter a vacinação sempre em dia para controlar e erradicar doenças infecciosas.
Idealizada pelo médico Edward Jenner, a primeira vacina foi criada no século XVIII, quando a varíola era a maior ameaça da humanidade. Hoje, há imunizantes contra muitas outras doenças, como poliomielite, sarampo, caxumba, gripe, hepatite A e B, entre muitas outras.
Considerada um dos maiores avanços da ciência, a vacina é responsável por evitar, a cada ano, entre dois e três milhões de mortes por doenças preveníveis, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
A história da primeira vacina
O primeiro indício de vacina surgiu na China, no século X, contra a varíola, doença febril que produzia pústulas, deixando cicatrizes, e não tinha cura. Mas o método usado era bem diferente do que estamos acostumados: os cientistas da época transformavam cascas de feridas de varíola em um pó contendo o vírus já inativo, e espalhavam nos ferimentos das pessoas já contaminadas.
Esse método ficou conhecido como variolação. Alguns séculos depois, em 1796, com as pesquisas de Edward Jenner, as vacinas passaram a ser semelhantes às atuais. Ao perceber que moradores de áreas rurais que haviam contraído cowpox, uma doença semelhante à varíola, não ficavam doentes com a varíola humana, Jenner fez um experimento e aplicou em um menino chamado James Phipps de oito anos, uma pequena dose de varíola bovina.
O garoto ficou doente,
mas manifestou uma forma branda da doença. Após sua recuperação, Jenner
introduziu na criança o vírus da doença humana em sua forma mais fatal,
retirado de uma ordenhadeira. O menino, já imune, não desenvolveu a varíola. A
palavra “vacina” vem de “vacca”, justamente pelo contexto histórico.
Quem trouxe a vacina ao Brasil
Em 1859, Joaquim Manuel de Macedo e Joaquim Norberto de Souza Silva, membros da Comissão Subsidiária de Trabalhos Históricos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, organizaram um “Parecer sobre a introdução da vacina no Brasil”.
A incumbência havia partido do Ministério dos Negócios do Império, por ordem do imperador dom Pedro II. O documento tinha como objetivo aclarar uma disputa sobre quem havia introduzido a vacina do Brasil - objeto de discórdia entre o filho do Marquês de Barbacena e o filho do cirurgião Francisco Mendes Ribeiro de Vasconcelos. Segundo o manuscrito de 19 páginas, o mérito pertencia de fato ao Marquês de Barbacena.
O documento explica que Francisco Mendes praticava a inoculação, ou seja, introduzia na pele material contaminado com o vírus, um método altamente perigoso, enquanto o marquês havia de fato utilizado a técnica criada por Edward Jenner. Trazida de Portugal, a vacina foi colocada em prática na Bahia.
A importância da vacinação
A vacinação é a melhor forma de erradicar doenças e conter a propagação de micro-organismos nocivos à saúde. Quem se vacina diminui as chances de contrair a enfermidade e ainda protege seus amigos e familiares, pois diversas doenças infecciosas são transmitidas por contato ou pelo ar.
A vacinação é o motivo pelo qual diversas doenças graves e sem cura estão hoje sob controle ou foram extintas. O caso mais emblemático é o da varíola, primeira doença a receber uma vacina como a entendemos hoje. Após matar quase 300 milhões de pessoas no século XX, ela foi extinta em 1984. Calcula-se que, com a vacina, são salvas 5 milhões de vidas a cada ano.
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