Ernaldo Pinto de Medeiros-Uê (Baú do Crime)




Uê sempre teve personalidade de criminoso, desde sua infância. Sua entrada no tráfico deveu-se em parte a seu pai. Ele guardava as armas dos criminosos do morro e por isso era estimado entre os bandidos. Uê ajudava como olheiro do tráfico, fugindo das aulas para esse intento, e posteriormente abandonou a escola para trabalhar na contenção sem conhecimento de seu pai, junto ao seu irmão. Quando seu pai morreu e o bandido amigo de seu pai foi preso, o comando passou as suas mãos devido a sua valentia nos confrontos com a polícia. Quando o amigo traficante saiu da cadeia, Uê fez um churrasco para comemorar sua volta, mas era uma cilada, já que não queria devolver a liderança do morro. Assassinou durante a suposta comemoração o bandido e seus fiéis e reafirmou a sua posição de líder do morro.


Uê fazia parte da facção criminosa Comando Vermelho (CV), da qual foi expulso por tramar a morte do então líder Orlando Jogador, para lhe tomar o poder. Fundou então a facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), que passou a disputar com o CV o domínio do tráfico de drogas nas favelas cariocas. Uê possuía três aviões na fronteira do Brasil com a Bolívia, conforme relatado pela deputada Marina Maggessi, que coordenou por muitos anos a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) no Rio de Janeiro. Também possuía vários negócios na cidade de Novo Hamburgo, no estado do Rio Grande do Sul.

Rico, Uê morre carbonizado dentro de presídio

Ernaldo Pinto de Medeiros atuava como um "atacadista" de drogas. De acordo com dados da Polícia Federal, seus negócios movimentavam R$ 20 milhões por ano. Os bens do traficante foram avaliados em R$2,3 milhões. Em sua lista de bens, constam sete imóveis e 13 carros, além de 11 contas bancárias utilizadas pelo grupo do traficante.
A mansão em que a mulher e os filhos do criminoso moravam, num condomínio no Recreio, foi avaliada em R$700 mil. Na Estrada da Pedra de Guaratiba, o sítio da família, de R$ 400 mil, era a menina-dos-olhos de Uê. O terreno tem aproximadamente cinco mil metros quadrados. Nessa área, fica a casa principal, com cinco quartos, e uma casa menor, para o caseiro. Um campo de futebol e um parquinho para as crianças, além da piscina, eram as áreas de lazer do local. Uma casa de dois andares do traficante em Muriqui também entrou na lista da Justiça.

Mas, como todos os traficantes, Uê não pôde gozar do que o crime lhe deu. Em 11 de setembro de 2002, por ordem de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, um dos chefes da principal facção criminosa do Rio, Uê é morto e tem seu corpo carbonizado dentro do presídio Bangu 1, em Gericinó. Ele tinha 33 anos e toda a falsa riqueza que o tráfico lhe rendeu foi confiscada pela Justiça.

Após a morte, a sepultura onde foi enterrado, no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, virou atração. Margeado por duas colunas romanas e um anjo barroco, o túmulo tinha também um retrato em bronze do bandido. Na peça, o traficante tem as mãos algemadas e, com os polegares, faz o sinal de positivo. Localizada a cerca de 30 metros da entrada principal do cemitério, a sepultura de Uê costumava ser decorada com arranjos florais semanalmente, pelos parentes. Segundo informações da administração do cemitério, a construção custou R$ 44 mil.

Em 2006, um grupo de aproximadamente seis homens armados com fuzis invadiu o Caju e atirou contra o túmulo do traficante.

Fonte: Vários Sites na Internet.


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